Waldemir José visitou no sábado (14), garagens das empresas de ônibus e levantou suspeitas envolvendo licitação da prefeitura e o futuro reajuste no valor da tarifa cobrada para usuários. Ele busca assinaturas na CMM, nesta segunda (16).
Manaus, 14 de Maio de 2011
Leandro Tapajós
O vereador Waldemir José (PT) aponta para o local onde funcionava a garagem da Vitória Régia. O local será a sede da empresa Global, que vai prestar serviços no transporte coletivo de Manaus(Divulgação)
Os problemas enfrentados por usuários do transporte coletivo de Manaus não são novidade. Mesmo sem a prestação de um serviço de qualidade o valor da tarifa cobrada para os usuários deve aumentar. E há a suspeita de que a licitação para escolha de novas empresas prestadoras de serviços apresenta irregularidades.
Para investigar o assunto, o vereador Waldemir foi, na manhã deste sábado (14), até as garagens das empresas de ônibus de Manaus em busca de mais informações e indícios de irregularidades, que sirvam de subsídios para um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
De acordo com o vereador, há a denúncia de que os empresários, as garagens, os ônibus e os funcionários de algumas das empresas vão permanecer os mesmos após licitação para a troca das prestadoras de serviço.
Nas visitas, realizadas em seis empresas do transporte coletivo, o vereador encontrou resistência de alguns empresários.
“Constatei em algumas certa tranqüilidade. Em empresas pequenas, com menos de 100 ônibus, fui recebido pelos proprietários. Mas,observamos que, principalmente, a Vitória Regia e a Eucatur colocam toda a dificuldade para que se consiga o mínimo de informações. Há uma tendência muito forte, uma hipótese direcionada e lesiva à população”, conta.
Novas empresas mesmos donos
Entre as percepções do vereador está a de que os mesmos proprietários das atuais empresas de ônibus devem permanecer no comando de novas empresas, vencedoras das licitações. “Saiu a Transmanaus, mas três das empresas permanecem claramente, outras seis delas não são as mesmas. Mas são os mesmos proprietários, os mesmos ônibus”, afirma.
Em busca de apoio
Frente a tantas suposições, o vereador segue em busca de apoio na Câmara Municipal de Manaus (CMM) para criação da CPI do Transporte Coletivo.
De acordo com ele, já há outros vereadores que sinalizam um possível apoio. “A questão é saber se vamos ter as assinaturas suficientes. Faltam mais 12. Já temos apoio na Câmara, com Elias emanual, Bandeira, Joaquim Lucena, ainda não conversei com todo mundo”, pondera.
Valor questionado
Segundo o vereador, outro aspecto que justifica uma CPI é referente ao reajuste no valor da passagem cobrada aos usuários.Para ele os parâmetros usados para definir o aumento devem ser analisados melhor e os dados levados em conta estão equivocados.
Para Waldemir é preciso analisar os critérios e levantar os dados reais do sistema. Sejam eles referentes aos gastos das empresas, ao número de usuários do sistema e de veículos circulando.
“Com o fator de utilização proposto pelo SINETRAM o sistema precisariam só de 3.200 motoristas, com o que a prefeitura propôs são 3.900. Dizer que tem no sistema um número superior ao real significa o aumento no valor da tarifa. É fácil perceber diariamente nem todos os ônibus estão circulando. O SINETRAM já propunha 400 a mais e a prefeitura mais de 1.000 tudo isso por conta do fator de utilização de motorista. Nem SINETRAM nem a prefeitura estão corretos. O sistema trabalha com número bem menor”, explica.
Fonte: Portal A Crítica www.acritica.com