A falta de clareza da planilha de custos do transporte coletivo e a evidência de que ônibus novos foram adulterados levaram o vereador Waldemir José (PT) a dar entrada hoje pela manhã numa representação no Ministério Público do Estado (MPE), pedindo abertura de uma ação civil pública contra as empresas de ônibus que operam em Manaus e contra a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU).
O vereador afirma que os empresários do transporte querem reajustar a tarifa para um valor abusivo, já que a frota nova prometida para condicionar o reajuste é suspeita. “Há várias evidências que ônibus novos serem maquiados. Precisamos de ação urgente para evitar que o direito do cidadão não seja usurpado. Não há transparência na tarifa e o preço que será reajustado a R$ 2,75 não é justo, devido à precariedade do serviço prestado. Todo usuário pode constatar isso”.
No dia 1º de setembro, Waldemir foi ameaçado de agressão e expulso da garagem da Eucatur, depois de flagrar e fotografar funcionários da empresa pintando e trocando pneus dos ônibus supostamente novos.
Percentual acima da inflação
O percentual de reajuste da tarifa de transporte urbano de Manaus (22,22%) é terceiro maior entre as 27 capitais brasileiras, segundo dados da Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP), ficando atrás de Rio Branco (26,32%) e São Luís (23,53%).
A licitação para seleção das novas empresas que iriam operar no transporte público em Manaus também autorizou o aumento da passagem de R$ 2,25 para R$ 2,75, com percentual duas vezes maior que a inflação acumulada dos anos de 2009 e 2010, que foi de 10,21%. As questões foram postas na representação.
Para o vereador que também promete ingressar com uma ação popular no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), assim que a tarifa for reajustada, o MPE nesse momento tem mais instrumentos constitucionais para defender os interesses da população.
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