Páginas Adicionais

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Câmara debate falta de habitação e desocupação da Cidade das Luzes

Audiência Pública realizado na última sexta-feira na Câmara Municipal de Manaus - Foto: Robervaldo Rocha/CMM

A criação pela Prefeitura de Manaus de um órgão que cuide de políticas de habitação de baixa renda; a realização de um cadastro único e regularização fundiária de lotes e loteamentos ocupados por famílias de baixa renda em áreas públicas e privadas; a criação do conselho da cidade como instrumento de planejamento urbano previsto desde a aprovação do Plano Diretor Urbano e Ambiental de Manaus; a efetivação da Lei Nº 3502013, que trata da transparência de politicas de beneficiários de programas sociais.

Estas foram algumas propostas defendidas durante a audiência pública da Comissão de Assuntos Sociocomunitários da Câmara Municipal, que, na tarde desta quinta-feira (10), por solicitação do vereador Waldemir José (PT) que presidiu a reunião, discutiu a política municipal de habitação e as ocupações de terras, especialmente a situação da comunidade Cidade das Luzes, no Tarumã,zona Oeste de Manaus, onde os moradores enfrentam um processo de desocupação por força de uma ação de reintegração da área movida pela prefeitura municipal.

Com o plenário e as galerias literalmente ocupadas por moradores da Cidade das Luzes e sob intensos aplausos o defensor público Carlos Alberto de Almeida Filho, que defende o direito dos comunitários na esfera judicial, disse que “o processo de desocupação é injusto, irregular, preconceituoso, não ouviu o contraditório e ocorre de maneira açodada, porque se trata de uma situação complexa que não deveria ser analisada às pressas”.

Processo de remoção

Audiência Pública realizado na última sexta-feira na Câmara Municipal de Manaus - Foto: Robervaldo Rocha/CMM

Há uma evidente e lamentável ausência de politicas públicas de moradia na cidade de Manaus, que, segundo Carlos Alberto, estimula as invasões, enquanto a população busca uma solução que estado e município não oferecem, como ocorre atualmente na Cidade das Luzes.
Observando que a Defensoria Pública não é a favor de invasões e que também não aceita que a criminalização de quem vive naquela comunidade, o defensor público lamentou que o primeiro contato do Estado e do município com aquela com ocupantes tenha acontecido com uma medida de enxotamento, por meio de um processo de remoção de mais de 1.900 famílias, ou seja, aproximadamente oito mil pessoas que vivem no local, segundo levantamento da Cáritas Arquidiocesana de Manaus.

Se essas famílias não podem viver lá – prosseguiu Carlos Alberto Almeida Filho – também não se pode viver no condomínio Vila Suiça construído na mesma área do bairro Tarumã. O defensor retirou-se antes do fim da audiência pública para acompanhar, no Tribunal de Justiça do Amazonas, o desfecho da ação mas antes pediu às famílias que não reagissem à execução ação reintegraória para evitar conflitos e violências.

Falta habitação

A cidade de Manaus, conforme expôs o vereador Waldemir José,tem em termos absolutos um déficit habitacional de 105 mil unidades, perdendo apenas para São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. Oitenta por cento do déficit habitacional na capital amazonense corresponde a famílias com renda entre zero e três salários mínimos, isto sem contar que ao menos 120 mil pessoas residem em áreas de risco.
Ele lamentou que o atual prefeito tenha extinto, em 2013, a Secretaria de Habitação que fora criada dois anos antes pelo seu antecessor Amazonino Mendes, e que tinha entre suas atribuições planejar, executar e avaliar a política habitacional do município, captar recursos, promover a regularização fundiária e desapropriar áreas para habitação.

“Sem contarmos com uma política habitacional do estado e município, haverá o agravamento da carência de moradias na cidade”, disse o vereador, acrescentando que a Prefeitura de Manaus tinha o dever de dizer para onde iriam as famílias retiradas da Cidade das Luzes.

Também participaram da audiência pública o vereador professor Bibiano (PT);, deputado estadual José Ricardo Wendling (PT); AranglerRedman Ambrósio (Comissão dos Diretos Humanos da OAB); Cristiane Sales (União Nacional por Moradia Popular; Neila Gomes (Movimento Nacional de Luta pela Moradia); Elson Melo (Secretaria do Patrimônio Público); Romeu Queiróz Filho (Semmas); Adnamar Santos (Fórum Amazonense de Reforma Urbana)); Antonio Fonseca (Cáritas Arquidiocesana) e Marcos Brito (Conselho Nacional de Cidades).

Texto: Flávio Assen – DIRCOM/CMM
Foto: Robervaldo Rocha – DIRCOM/CMM

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Quem sou eu

Minha foto
Manaus, Amazonas, Brazil
Waldemir José atua em movimentos populares, característica iniciada desde que era Agente Pastoral da Igreja Católica em Petrópolis. Foi presidente do DCE (Diretório Central dos Estudantes). Além disso,também foi um dos fundadores do cursinho Pré-Vestibular “Alternativo” de Petrópolis, projeto que hoje se transformou na ONG "Alternativo Vicente Ferreira da Silva”, onde se tornou sócio-fundador. No fórum do Orçamento Participativo de Manaus Waldemir atuou como coordenador, o que lhe proporcionou um grande conhecimento técnico no que diz respeito ao trato com o orçamento público. Waldemir José também foi assessor do Movimento Popular de Luta pela Drenagem do Igarapé da Cachoeirinha. Além desses elos com as comunidades, Waldemir José também apresenta ações incisivas na linha das atividades político-partidária. Vive diariamente a dinâmica partidária do PT, tendo concorrido em dois pleitos para deputado estadual e em um para vereador e foi presidente do Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores. Em 2009 foi vereador,ocupando a vaga deixada por Marcelo Ramos, fez a diferença no parlamento Municipal, elevando o nível da política na Camara Munucipal de Manaus.