Reivindicações dos comunitários passaram também pela
valorização da educação bilíngue nas comunidades indígenas - FOTO: Robervaldo
Rocha - DIRCOM/CMM.
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A reunião, tendo à
frente a presidente da Comissão, vereadora Therezinha Ruiz (DEM), foi uma
indicação do vereador Waldemir José (PT), aprovada pelo plenário da Casa
Legislativa. Waldemir José, deste dezembro do ano passado vem fazendo visita às
comunidades da zona ribeirinha de Manaus, com a finalidade de relatar os
problemas encontrados e buscar melhorias junto à Prefeitura de Manaus e à
Secretaria Municipal de Educação (Semed).
Como presidente da
Comissão, Therezinha Ruiz assegurou, durante a reunião, que irá apresentar
Projeto de Lei (PL) no sentido de que todas as escolas municipais a serem
construídas futuramente venham beneficiadas, obrigatoriamente, com uma quadra
coberta ao lado da escola e alojamento masculino e feminino para professores.
Com a participação
ativa de representantes comunitários e presença dos vereadores titulares da
Comissão, Professor Samuel, Professora Jacqueline, Pastora Luciana (PP) e
Professor Bibiano (PT), foram levantados, durante a reunião, os problemas que
afetam as escolas municipais ribeirinhas da margem esquerda do Rio Negro.
Comunidades como Monte Sinai, Terra Preta, Pagodão, Lindo Amanhecer, Bela
Vista, Aliança, Boa Esperança e Costa do Arara, se fizeram presentes.
Também participaram
do evento a diretora de Departamento de Planejamento da Semed (Deplan), Maria
Josefa Chaves, e a diretora de Infraestrutura do Distrito das Escolas Rurais do
Rio Negro, Edilane Pinheiro, além do representante da Defensoria Pública do
Amazonas, Rodrigo Cavalcante.
Comunitária do Novo Canaã, Audilene Góes, reivindicou, durante audiência pública, melhorias para as escolas rurais - FOTO: Robervaldo Rocha - DIRCOM/CMM |
Maria Josefa e
Edilane Pinheiro fizeram um balanço nas suas respectivas áreas. Na ocasião,
Maria Josefa divulgou uma lista de escolas da zona rural que devem passar por
reforma, após processo de licitação, ainda no segundo semestre. Entre elas a
Raul Pombeira, Figueiredo Pimentel, Francisco Diogo de Melo, Cunha da Potira,
antiga escola São Thomé, e São Sebastião 1, no rio Cuieiras. Outras três
escolas estão com as obras em andamento e devem ser entregues até o final de
julho, entre elas a Escola Terra Preta e Boas Novas. A comunidade Rouxinol
também será beneficiada este ano com uma escola a ser construída com recursos
do Governo Federal, com previsão de conclusão em 2016.
Avanços são
registrados
Constam ainda da
lista da Semed para entrar em processo de reforma e ampliação,
conforme a diretora da área rural, as escolas Bom Jesus, Mário
Palmério, Rui Barbosa, Paulo Freire, Paulo Sérgio Nonato, Santo
Antônio, Manuel Bahia e Canãa 2. O inicio das obras estão previstas
para 2016.
Edilane Pinheiro
também falou da recuperação de lanchas de transporte escolar e conclusão
de obras de reforma, como ocorreu com a escola da comunidade Três
Unidos, hoje com telecentro, climatização e internet wi-fi
funcionando. Ela destacou a entrega também de outras três escolas
indígenas, 16 telecentros que estavam inacabados, de grupos geradores
recuperados, condicionadores de ar, impressoras novas com capacidade para cinco
mil cópias mensais e posteamento das comunidades para fornecimento de energia
às residências no horário de funcionamento das escolas (manhã, tarde e noite).
O fim de acúmulo de
funções pelos diretores nas zonas rurais e a os prazos de contratos de
professores itinerantes ampliados de três para seis meses também foram citados
como avanços na área. Edilane assegurou, ainda, que a Prefeitura está com o
edital de processo seletivo pronto para contratação de professor para a zona
rural. Esse edital, de acordo com ela, deve sair ainda no mês de maio.
Reivindicações
Representante da
Comunidade Nova Jerusalém, no igarapé Mipindiaú, Francisco Silva Pereira, o
Tonico, fez três reivindicações em nome das comunidades: a reforma do Colégio
Bom Jesus, construído em 2000, ou a construção de uma nova escola com maior
estrutura e capacidade para atender os estudantes; melhoria do transporte
escolar; e a contratação de professores. O líder comunitário disse também que
apenas um professor itinerante não dá conta de dar aula em três comunidades
rurais.
Fredson do Amaral, da
comunidade Pagodão, mostrou-se satisfeito em ter a escola da comunidade
“Professor Manuel da Silva Bahia”, relacionada entre àquelas que entraram na
lista de reforma. “Ela precisa de infraestrutura e mais espaço físico, só
funciona com uma sala de aula de educação infantil e o telecentro”, disse ele,
reconhecendo melhorias observadas como aquisição de impressora para a escola,
bom sinal de internet, telefone, embora ainda necessite de mais estrutura
física. O comunitário pediu, ainda, a construção de quadra esportiva para
educação física e professores para dar aula da modalidade.
Jonas Silva, da
comunidade Monte Sinai, reclamou da merenda escolar distribuída, além da
gasolina para abastecer o transporte escolar, fazendo com que os alunos percam
aulas. Outros comunitários falaram também da falta de segurança nas
comunidades, umas distantes das outras.
Demandas e garantias
Lanchas fazem o transporte dos estudantes na zona ribeirinha de Manaus - FOTO: Robervaldo Rocha - DIRCOM/CMM |
Como presidente do
evento, a vereadora Therezinha Ruiz, mais uma vez, assegurou aos comunitários
que suas demandas seriam encaminhadas à Secretaria Municipal de Educação, Kátia
Schweickardta. Edilane Pinheiro também voltou a lembrar que, com o edital, para
a contratação de novos professores, essa deficiência será resolvida.
Demandas como a
implantação de telecentros, técnico para monitorar os estudantes na área de
informática, atraso na entrega de uniformes e motor de luz foram lembradas pela
comunitária de Novo Canaã, Audilene Góes. Já Daniel Araújo, do Conselho
Municipal de Desenvolvimento Rural, sugeriu a possibilidade de o programa Bolsa
Universidade seja estendido aos estudantes ribeirinhos, que estão deixando a
zona rural em busca do sonho da universida.
O tuxaua Waldemir da
Silva Kambeba, presidente da comunidade Três Unidos, pediu apoio para as sete
aldeias indígenas da qual é o líder. Entre as reivindicações, processo seletivo
para professores indígenas, no sentido de fortalecer a língua nativa de
crianças, jovens e adultos da tribo. “Aprender e revitalizar, dar oportunidade
de fazer as nossas raízes crescerem e isso só pode ser feito com professores de
cada etnia. Estudo diferenciado, cultura diferenciada”, lembrou. O tuxaua
acredita que os investimentos no esporte precisam ser feitos nas comunidades
indígenas, além do programa Luz para Todos.
Busca por soluções
Autor da indicação
que resultou na audiência pública na comunidade Três Unidos, Waldemir José fez
um balanço do levantamento dos problemas identificados nas visitas pelas 13
comunidades da zona rural do Rio Negro. “Precisamos buscar soluções para o
transporte escolar, onde não há auxiliar para cuidar das crianças, rede
elétrica deficitária para manutenção dos alimentos, equipamentos de telecentros
não instalados, danificados e sem manutenção, falta internet e equipamentos
necessários para o seu funcionamento”, disse, ao assegurar também que
identificou problemas quanto à merenda escolar. A Hora de Trabalho Pedagógico
(HTP) e atraso no pagamento de merendeiras terceirizadas também foram citados
pelo vereador, que, na ocasião, entregou o relatório com as demandas coletadas.
Therezinha Ruiz
assegurou, na ocasião, que tem a garantia da Secretaria de que a HTP aos
professores de 1º ao 5º ano está prevista ainda para este ano. Disse, ainda,
que em 60 dias será entregue todo o fardamento aos estudantes na zona rural e
ainda verificará o problema de atraso no pagamento dos terceirizados junto à
Semed.
Durante a audiência
os integrantes da comissão aproveitaram para ressaltar a importância da
audiência e da participação dos integrantes da comissão de Educação no evento.
O vereador Professor Bibiano (PT) lamentou a realidade de algumas escolas
rurais e destacou o papel dos vereadores de fiscalizar as ações do Executivo,
vendo como importante a participação dos parlamentares da comissão nesse
trabalho.
Vereadores destacam a importância de se ouvir as
reivindicações dos ribeirinhos na área da Educação - FOTO: Robervaldo Rocha -
DIRCOM/CMM
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Professora Jacqueline
vê crescimento na comunidade Três Unidos e na educação rural. “O quarto Ideb
(Índice de Desenvolvimento da Educação) é da zona rural”, disse ela, ao afirmar
que todas as reivindicações dos moradores — que vão gerar um relatório — serão
listadas, discutidas na Comissão e levadas à Semed.
Atendimento assegurado
Representante da
Defensoria Pública, Rodrigo Cavalcante, falou do trabalho da defensoria dentro
desse processo de interiorização das ações e se colocou a disposição para
ajudar a defender o direito das comunidades. Segundo ele, por enquanto a
Defensoria atende de 8h às 17h, mas existe Projeto no sentido de funcionar 24
horas.
Pastora Luciana, que
morou na comunidade de Jaraqui, no Rio Negro, colocou seu mandato à disposição
das comunidades e disse que vai somar no sentido de lutar pela melhoria e
qualidade da Educação e Saúdes.
Já Professor Samuel,
por sua vez, considerou que as reivindicações dos moradores são reais e
verdadeiras. “Não existe transformação sem Educação. Por isso queremos
contribuir casa vez mais e temos buscado isso nas comunidades”.
COMED - AUDIENCIA PUBLICA ZONA RURAL_ROBERVALDO ROCHA
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