No dia em que o Golpe Militar completa 50 anos, hoje (31), o vereador Waldemir José (PT) protocolizou requerimento solicitando da Câmara Municipal de Manaus (CMM) a criação de uma Comissão Especial para tratar, juntamente com a sociedade civil, da proposta de mudanças dos nomes de ruas, prédios públicos, bairros e monumentos históricos que homenageiam políticos ou autoridades que trabalharam ou deram sustentabilidade ao período da Ditadura Militar no Brasil.
Em seu pronunciamento, Waldemir José lembrou que muitas atrocidades foram cometidas pela Ditadura Militar contra aqueles que se opuseram a essa forma de governo: perseguições, assassinatos, sequestros, torturas exílios, além da censura à imprensa e à produção intelectual, segundo o parlamentar, foram algumas das retaliações arbitrárias praticadas pelo Regime Ditatorial.
“De acordo com a Secretaria dos Direitos Humanos da Presidência da República, cerca de 480 pessoas morreram ou desapareceram por motivos políticos durante a Ditadura Militar. Isso é muito grave. Não podemos esquecer esse período triste e violento da nossa história”, argumentou o vereador petista.
Ainda de acordo com Waldemir José, no âmbito da economia brasileira, foi durante os Governos Militares que o país contraiu a dívida externa; foi o período que mais aumentou a desigualdade social; o crescimento da inflação chegou a 239% em 1980; aumento do índice desemprego, aumento da dependência externa, dentre outras situações econômicas que contribuíram para o não desenvolvimento do país.
Por esses e outros motivos que envolvem o Regime Militar, que o parlamentar acredita não ser justo que esses ditadores e apoiadores da ditadura que tanto mal fizeram ao país sejam homenageados e lembrados dando nome a logradouros e equipamentos públicos na cidade de Manaus. Sendo assim, se aprovada pela Câmara Municipal, a Comissão Especial poderá propor mudanças desses nomes, na tentativa de evitar que futuras gerações tomem esses personagens como heróis da história.
“Muitas cidades brasileiras estão revendo as homenagens dedicadas às pessoas que prestaram serviços para a Ditadura Militar, como é o caso da capital Salvador que realizou uma votação com alunos, professores, ex-alunos e pais para realizar a mudança do nome do Colégio Estadual Presidente Emílio Garrastazu Médici para Carlos Marighella – guerrilheiro baiano. Em São Paulo, Fernando Haddad (PT) sancionou uma Lei que permite a troca do nome de ruas batizadas em homenagem a autoridades que tenham histórico de violação dos direitos humanos. O Poder Público dessa cidade tem o dever de corrigir esse erro”, concluiu Waldemir.
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