A Câmara Municipal de Manaus – CMM precisa exercer de forma mais eficaz seu poder de fiscalizar, não apenas os atos do Executivo Municipal, mas também as denúncias de irregularidades de mau uso
do dinheiro público, sob pena de se tornar conivente com essas irregularidades. A cobrança foi feito pelo vereador Waldemir José (PT).
Ao fazer um balanço sobre as atividades da Câmara na atual legislatura, o vereador petista destacou que a Câmara deixou, por exemplo, de investigar os contratos firmados em 2010 entre a Prefeitura e a empresa Consladel, no valor de R$ 90,8 milhões. A empresa ficaria responsável pela realização de serviços de apoio a administração e implantação de engenharia de trânsito e segurança e manutenção na área de serviços de trânsito, as chamadas corujinhas.
Em 2011, menos de um ano após a assinatura do contrato e mesmo sem realizar 50% do serviço contratado, a empresa foi agraciada pela Prefeitura com um aditivo de R$ 7,2 milhões. Waldemir José lembra que apresentou requerimento solicitando que os secretários Américo Gorayeb (Infraestrutura) e Walter Cruz (Manaustrans), comparecessem à Câmara para explicar o contrato com a Consladel, que naquele momento era acusada de cometer irregularidades em várias capitais.
As lideranças do Prefeito impediram que o requerimento fosse aprovado. Foi feito também um pedido de instalação de uma CPI para investigar a “máfia da corujinha”, que recebeu 14 assinaturas, mas depois alguns vereadores retiraram seus nomes, inviabilizando a instalação da CPI. Entretanto, no final da semana passada o Ministério Público Estadual acusou a Consladel de desviar mais de R$ 1 milhão de dinheiro público. A Câmara deixou, ainda, escapar a oportunidade de investigar o sistema de transporte público e os contratos do programa de Parceria Público-Privado e também o contrata da Esparsanco com a Prefeitura.
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